Algumas Considerações

terça-feira, 6 de maio de 2008

The X-Factor

The X-Factor

Músicas:
01.Sign of the Cross – 11:17
02.Lord of the Flies – 5:03
03.Man on the Edge – 4:13
04.Fortunes of War – 7:23
05.Look for the Truth – 5:10
06.The Aftermath – 6:20
07.Judgement of Heaven – 5:12
08.Blood on the World's Hands – 5:57
09 The Edge of Darkness – 6:39
10.2 A.M. – 5:37
11.The Unbeliever – 8:10

Resenha:
O enigmático disco, The X-Factor, é o décimo album de estúdido do Iron Maiden, lançado em 1995, e o primeiro com o vocalista Blaze Bayley, ex-Wolfsbante, substituindo Bruce Dickinson, que deixou a banda para se focar em sua carreira solo.
A recepção do disco pelos próprios fans da banda foi muito negativa, talvez até mais negativa que a recepção que o No Prayer for the Dying teve, já que Bruce, um dos membros mais cultuados pelos fans, saiu dando a lugar a um inglês desconhecido, que nada tinha de similar com sua voz.
Soma-se isso ao certo experimentalismo adotado no disco, que definitivamente não se assemelhava a nenhum outro disco lançado pela banda.
Trata-se de um disco sombrio e ao mesmo tempo suave, melancolico, e silencioso em sua maior parte. Nada daquelas extensões vocais incriveis, muito fora da proposta estridente de outros discos mais convencionais da banda.
Não era apenas Blaze que deveria se adequar ao estilo do Maiden, reciproca tambem foi verdadeira, o disco por incrivel que pareça se encaixou perfeitamente no tipo de voz grave de Blaze Bayley, e digo mais, talvez se fosse o Bruce cantando este disco, ele não teria o mesmo brilho.
O disco é extremamente maduro em quase todos os aspectos, e suas características foram levadas adiante até os albuns mais atuais. Não há como negar que musicas como Face in the Sand, Age of Innocence, e For the Greater Good of God dos discos mais atuais carregam em si uma herança muito forte do X-Factor, este play completamente redefiniu a forma de compor da banda.
As letras estão sublimes, exaltam uma temática pessimista em relação ao homem, sobre a guerra e suas consequências e sobre a religião, alem de refletir a solidão, o desespero, falando mais sobre temas que revelavam o estado de espírito dos próprios compositores.
Steve Harris cogitava terminar as atividades da banda nesta época, estava se divorciando, e passava por diversos problemas pessoais. No entanto, decidiu passar por cima de tudo aquilo e, com o apoio de seu velho companheiro Dave Murray, começou a reconstrução do Maiden com o mesmo afinco de alguém em início de carreira, e isso tudo de alguma forma se refletiu na temática do disco e em toda sua construção melódica sombria.
Inusitadamente o disco já começa com um épico de 11 minutos, Sign of the Cross, diferente de todas as músicas de abertura que a banda já fez. A música inicia com um coro de cantos gregorianos e segue num ritmo lento e cadenciado, apresentando em seu decorrer várias mudanças de atmosferas e incríveis quebras de ritmo, em uma construção melódica muito forte, e uma harmonia instrumental fascinante.
A letra fala sobre a Santa Inquisição, movimento político da igreja católica que durante a idade média, já havia liderado cruzadas e justificava em nome da purificação do espirito, o assassinato de diversas pessoas, considerada hereges como hereges ou pagãs, pelo fogo.
O refrão é baseado no livro O Nome da Rosa de Humberto Eco, que apesar de não se focar na filosofia do Santo Oficio, refletia como a igreja usava esta desculpa para matar pessoas influentes que pudessem afetar sua posição.
Lord of the Flies, baseada no romance de mesmo nome de William Golding, é uma típica música Hard Rock, com ótimos riffs, um belíssimo solo e um vocal muito bem encaixado de Bayley.
A musica seguinte, Man on the Edge, é um dos maiores destaque do disco, mais acelerada, com uma performace vocal incrivel de Blaze e um ótimo trabalho com as guitarras.
A letra é baseada no filme Falling Down, Um Dia de Fúria no Brasil, com Michael Douglas.
A melancolia e o tom obscuro retornam com tudo em Fortunes of War, a musica com uma das introduções mais bonitas já feita pela banda, com um trabalho de baixo fantástico e uma construção melódica muito suave, que evoluem de uma forma fantástica.
A letra fala sobre guerra, tema que não é novidade nenhuma dentro do universo do Iron Maiden, porem, nesta a banda da um toque mais humano e menos documental como em Where Eagles Dare, The Trooper ou Aces High, focando nas consequências psicológicas do pós-guerra.
Uma música fantástica que merece estar entre os classicos da banda.
Na mesma linha que anterior temos Look For the Truth, igualmente com introdução belíssima, e a envolvente The Aftermath, com seu tom único de lamento harmonioso e belo, a música já provou soar maravilhosamente bem ao vivo, executada na turnê da X-Factour em 1996, e a magnifica Judgment of Heaven, que apresenta talvez um dos mais belos duetos de guitarra da banda, outro grande destaque do disco, e um dos pontos mais altos do disco.
Blood On The World’s Hands é uma das minhas músicas favoritas do Iron Maiden de todos os tempos. A começar pela incrivel introdução de baixo de Steve Harris, esbanjando muita técnica e domínio sobre o instrumento que empunha em suas mãos, me fazendo lembrar das incriveis execuções do saudoso Chris Squire do Yes.
A melodia segue em um tom agressivo e dramático, e o resultado é maravilhoso.
The Edge Of Darkness, retoma a já conhecida e agradavel melodia abatida presente em todo disco, um outro ponto fortíssimo do disco, porem, assim como Man On The Edge, traz em si, resquícios da sonoridade antiga da banda.
A letra é baseada no livro Heart of Darkness de Joseph Conrad, que também inspirou o filme Apocalypse Now, inclusive, uma parte da letra da musica é a reprodução da fala de Martin Sheen no filme.
2 A.M. é uma espécie de balada, muito bela, com um ótimo solo, e a exemplo de Fortunes of War, Look For the Truth, e The Aftermath possui uma belíssima introdução.
Ela se tornou uma das musicas mais odiadas pelos fans, mas eu simplismente acho ela fantástica, principalmente pela forte coerência entre a letra e a musica em si. A melodia lenta e arrastada se encaixa perfeitamente com a tematica depressiva da solidão, tratada na música.
A derradeira faixa, The Unbeliever, fecha o disco, e a exemplo da anterior, é outra música bastante odiada entre os fans da banda, que eu adoro.
Não entendo o porque do ódio a esta última, a música é otima, tem uma linha de baixo fantástica, uma passagem melódica excelente, uma intereção instrumental incrivel, mostrando um entrosamento fantástico e uma melodia nada convencional para os padrões do Iron Maiden.
Enfim, X-Factor é um trabalho de grande qualidade, dentro desse disco existem várias passagens instrumentais excepcionais e, inclusive, algumas boas linhas vocais.
Se o clima sombrio, melancólico e pessimista, associado a uma maior cadência e ‘lentidão’ nas músicas o afastam das características mais marcantes da banda, é fato também que justamente essas características o tornam único.

Baixe a música The Edge of Darkness pelo link abaixo:
http://rapidshare.com/files/112985228/09_-_The_Edge_Of_Darkness.mp3.html

Qualquer problema com o link, deixe seu comentário aqui que eu resolvo o problema.
Caso você interesse pelo disco inteiro, deixe aqui seu comentário com seu e-mail e te mandarei o disco através de um link para o Rapidshare.

Notas do Blog:
Não é a intenção deste blog prejudicar o artista de nenhuma forma, este blog apenas visa a divulgação de seu trabalho. Portanto, se você baixar o disco e se interessar, comprometa-se a comprá-lo.
Não apenas para valorizar o trabalho do artista, mas pelo bem de sua própria audição. A qualidade do som no MP3 é bem inferior a de um disco de verdade.
Não sou cabeça dura, nem hipócrita... não vou dizer que o MP3 é um retrocesso total... porque atravez dele se conhece muita coisa...
MP3 é bom !Retrocesso pra mim é ficar só no MP3... a experiência de ouvir uma musica onde todos os elementos estão todos bem nitidamente definidos é outra coisa





Um comentário:

Anônimo disse...

Cheguei a esse blog pelo Google, procurando uma resenha desse álbum que considero um dos melhores do Iron Maiden. Duas coisas, não sei como podem odiar esse disco e não sei como é que ninguém comentou aqui, pois sua análise foi perfeita e, diria mais, idêntica a minha.

Parabéns pelo conteúdo, ficou muito bem escrito e descreve perfeitamente o álbum.

Abraço!