Algumas Considerações

domingo, 29 de março de 2009

Kill' em All


Kill' em All

01. Hit the Lights
02. The Four Horsemen
03. Motorbreath
04. Jump in the Fire
05. (Anesthesia) Pulling Teeth
06. Whiplash
07. Phantom Lord
08. No Remorse
09. Seek & Destroy
10. Metal Militia

Resenha:
Parte das informações desta resenha se baseia no artigo "Metal Up Your Ass - Os primórdios do Metallica" de Bruno Sanchez (e pode ser conferido no site Whiplash)

Este é o disco de estreia do Metallica, lançado em 1983, e considerado até hoje como um dos melhores discos que definem o Thrash Metal.

Ele epresenta bem o espírito da "Bay Area", com músicas pesadas, calcadas no Punk e bem próxima do Speed Metal.
Alias, a maior parte das músicas desse disco tem uma orientação mais Speed do que Thrash propriamente dito, basta ouvir Hit the Lights, Metal Militia, Motorbreath, Whiplash, e Phanton Lord.

Todo o processo de gravações durou apenas três semanas e em condições precárias, num estúdio barato conhecido como Music America em Rochester, ao norte do estado do Nova York, por recomendação de ninguem menos que Joey deMayo, sim, o fundador do Manowar, e ex-roadie do Black Sabbath.
Um fato curioso sobre o lugar é que Lars jura até hoje que a velha casa utilizada, em especial o salão oval onde foram gravados todos os takes da bateria, era assombrada e exigia que alguém ficasse com ele o tempo inteiro pois, do nada, os pratos e o bumbo começavam a tocar sozinhos.

Poltergeists a parte, a dificuldade do processo de gravação caiu mais em cima de Mr. Hetfild que acabará de brigar com Mustaine, expulsando-o da banda por má conduta, e consequentemente teve que assumir as guitarras principais e o papel de vocalista, coisa que ele não queria fazer.
Mustaine saiu da banda antes mesmo da primeira gravação ser concluida.
Ele compôs algumas músicas da banda, como a entitulada The Four Horseman (minha preferida do disco) que tinha o titulo original de Mechanix, relançada no disco Killing is My Business and Business is Good do Megadeth, banda que fundará depois do incidente com James.

Originalmente Mechanix é mais acelerada.
A música foi lançada no Kill' em All um pouco mais cadênciada com harmonias diferentes e pequenas mudanças nos solos.
O vocalista/guitarrista James Hetfield preferiu reescrever tudo, substituindo o tema futurista por uma versão bíblica dos quatro cavaleiros do apocalipse e acrescentou um intervalo lento com inspiração no clássico Sweet Home Alabama do Lynyrd Skynyrd.

Obviamente, as músicas escolhidas para figurarem no disco foram basicamente as 10 primeiras compostas nos últimos dois anos, as mesmas que já faziam a alegria dos fãs nas demos e nos shows da Bay Area.

Nessa época, materias de discos posteriores ja estavam sendo compostos, entre elas, os riffs de Fight Fire With Fire, Call of Ktulu e a introdução de Ride the Lighting, todas compostas com a ajuda de Dave Mustaine.

A música Hit the Lights era escolha óbvia para abriar o disco, ja que foi a primeira composição oficila do Metallica.
A influência do Motorhead, tanto nas palhetadas dos riffs, como na velocidade dos solos são bem evidentes.
Particulamente, acho que este disco possui os melhores riffs do Metallica, todos muito bem executados, muito bem compostos e bem variados.

Versões posteriores deste disco ganharam 2 musicas bonus, Am I Evil ? do Diamond Head e Blitzkrieg da banda de mesmo nome.
Devo fazer uma menção honrosa ao cover do Diamond Head, Am I Evil ?, esta pra mim é a que tem o melhor solo do disco.
O solo que mais se diferencia dos outros que seguem uma mesma linha sempre.

Outra que pra mim merece uma menção especial é Pulling Teeth (Anesthesia), composta por Cliff Burton.
Vale lembrar que Cliff entrou depois no Metallica, ficando no lugar de Ron McGovney que saiu da banda antes mesmo de terminar o processo de gravação.
O interessante é que Cliff se trancou na sala de gravação e não permitiu que nenhum outro integrante tivesse acesso a versão final do solo (nascido de um improviso e gravado com pedal de overdrive par guitarras) até que ele mesmo aprovasse.
Os demais integrantes acompanhavam Cliff apenas pelo vidro do aquário da sala, sem escutar o que o baixista fazia ou conversava com o produtor.
Confesso que demorei para gostar dessa música. O resultado foi uma técnica e experimental música instrumental, bem próxima das improvisações do King Crimson.
A voz que fala "Bass Solo, Take One" no começo da música é de James Hetfield.

Se você se interessa por um disco com bons riffs, esse clássico é totalmente indispensável.
Demorei para gostar desse disco.
Hoje eu digo...
Vale a pena.

sábado, 7 de março de 2009

The Rocky Horror Picture Show

The Rocky Horror Picture Show
The Rocky Horror Picture Show é uma comédia musical composta por Richard O' Brien e Jim Sharman, lançada em 1975 nos cinemas.
Trata-se de um dos melhores musicais da historia do cinema, e o único que leva a honra de ter o seu próprio culto.

As origens no teatro - "Rocky Horror Show"
Rocky Horror Show é originalmente uma peça que costumava ser apresentada no The Royal Court Theatre em Londres, e tinha um certo sucesso pela irreverência e bom humor, inclusive, pessoas famosas na época assistiam o espetáculo.
Quando a peça foi apresentada pela primeira vez em Los Angeles, pessoas como Carole King, Elvis Presley, e Keith Moon foram vistas prestigiando o espetaculo.


O filme
A ideia da transição do teatro para as telas do cinema nasceu dos próprios mentores da peça, Jim Sharman (o diretor do filme) e Richard O'Brien (que faz no filme, o papel do personagem Riff Raff).
Para isso várias idéias novas foram postas em discussão, entre elas, qual seria o tipo de filme a ser feito.
Como a linguagem de teatro é diferente da linguagem de cinema, eles escolheram dar para o filme uma roupagem "Trash" usando todos os clichês que eles conheciam de filmes B da década de 50, de terror e ficção científica, assim, o ar extravagante e exagerado da peça se manteria.
Nem todas ideias foram postas em prática de fato, uma delas foi a de fazer o filme sem cor até a chegada de Dr. N. Furter (Tim Curry), onde se faria um close em sua face, e o filme passaria a ter cor nesse exato momento.
Este seria na minha opnião um recurso interessante a ser usado, tornaria o filme mais simbólico, e fazendo uma bela referência ao clássico de 1939, The Wizard of Oz, do diretor Victor Fleming.

A produção cenográfica foi bem estravagante, o cenário escolhido foi castelo Oakley Court, agora um luxuoso hotel.
Nele podemos perceber diversas obras de arte famosas espalhadas por toda a parte.

A atuação de todos dos atores é sublime, com menção honrosa a Tim Cury, o que para muitos, foi sua melhor performace em toda sua carreira.
Outra menção honrosa vai para Patricia Quinn, que faz o papel da serviçal Magenta, ao mesmo tempo assustadora, engraçada e sexy.

Quem apostou no potencial da história foi Lou Adler, produtor responsável pelo filme Monterey Pop, que retratou o famoso festival de música. Ele acertou ao vender o projeto do filme para a Fox mantendo praticamente a mesma equipe, que incluía o inigualável Tim Curry, e o diretor australiano Jim Sharman, que havia trabalhado em montagens teatrais de Hair e Jesus Cristo Superstar.

O filme conta sobre um simpático casal, Brad Majors (Barry Bostwick) e Janet Weiss (Susan Sarandon), que acabam de se tornar noivos e vão de encontro a um antigo amigo, o professor Dr. Everett Scott (Jonahtan Adans).
No meio do caminho, ocorre um problema com o carro, e ambos se vêem obrigados a pedir ajuda aos moradores de um castelo local.
Este castelo seria na verdade uma faxada para uma nave alienigina (do planeta Transexual, da galáxia Transilvania) que pousara na terra.
Seu anfitrião é um cientista louco, travesti e bissexual que pretende criar um homem em seu esquisito laboratório para satisfazer seus desejos sexuais.


Quando o filme estreiou, de cara, ja agradou a todos e se tornou um sucesso mundial na época.

MENTIRA !!

O filme foi um fracasso logo na estreia, não rendeu praticamente nada. Muitas pessoas (conservadoras) saiam no meio da sessão muito ofendidas.
O filme foi feito literalmente para "soltar a franga" e leva consigo toda aquela questão do "transexual" e ainda uma forte carga erótica, de entrega absoluta ao prazer carnal.
O motivo de indignação de muitos, teve uma repercusão opostas a pequenos grupos de pessoas que gostaram muito do que foi apresentado.
Elas não apenas gostaram do filme, mas se tornaram verdadeiros fans, e são essas pessoas que fizeram de "The Rocky Horror Picture Show" ser o filme que em todos os sentidos define o conceito de CULT no cinema.
Este filme é um dos mais intrigantes fenômenos da cultura pop de todos os tempos.

As sessões interativas
Foi graças à decisão de uma gerente do Waverly Cinemas, no Greenwich Village, em Nova York, de promover sessões da meia-noite, em 1976, que The Rocky Horror Picture Show começou a ter um público cativo, que acompanhava as falas em clima de festa.

Esse filme começou a ser exibido em horarios alternativos em diversos lugares da Europa e nos Estados Unidos, e eram vistos por uma plateia fiel e entusiasta que se vestiam como os personagens e criavam uma série de "atos interativos".

Próximo à época do Halloween , um grande número de pessoas vestidas à caráter se reunia para as sessões do filme, dando início às intervenções "oficiais". Quando Janet reclama da chuva, por exemplo, o público diz: "Compre um guarda-chuva, sua vaca pão-dura!" e abre guarda-chuvas no cinema. Há também "sacadas", como a hora em que o público pergunta: "Janet, você quer transar?" e Sarandon olha para a câmera. "Pense no assunto", diz o público, e ela sorri "para o público".

Aqui vão mais algumas:

Arroz: Na primeira cena do filme, dois amigos de Janet e Brad se casam. Assim que os noivos deixam a igreja, pegue um punhado de arroz e jogue pela platéia.

Jornais: Quando Brad e Janet estão fugindo da chuva, a mocinha utiliza um jornal para cobrir a cabeça. Pegue uma folha de jornal e faça o mesmo.

Pistolas de água: No mesmo momento, alguns membros da platéia “simularão” a tempestade com instrumentos do gênero - por essa razão, é bom levar o jornal.

Luzes: Durante a canção cujo verso é “There’s a light / Over at the Frankenstein Place”, acenda uma luz. Serve uma vela, um isqueiro, uma lanterna…

Dança transilvânica: Durante a canção mais animada do filme - Time Wrap, siga os passos indicados pelo filme e dance também. Sem constrangimentos.

Luvas de borracha: Durante o discurso da criação, o Doutor Frank N. Furter “estala” suas luvas cor-de-rosa três vezes. Estale também, mantendo um sincronismo capaz de realizar um excelente efeito sonoro.

Barulhos: Ao final do discurso, os espectadores transilvânicos comemoram entusiasmados, usando línguas de sogra, matracas, entre outros apetrechos barulhentos. Pegue o seu e siga o coro da maioria.

Confete: Quando Doutor Frank termina de cantar “Charles Atlas Song”, os transilvânicos jogam confete em Rocky, o loirão criado por Frank. Obviamente, faça o mesmo.

Papel higiênico: Quando Dr. Scott aparece no filme, aparece o rosto de Brad em close e, após um rápido silêncio, ele diz: “Great Scott”. Scott é uma marca popular de papel higiênico nos EUA. Por essa razão, rolos voam pela sala nesse momento.

Torradas: Durante o jantar, Frank propõe um brinde aos convidados - “a toast”. Aqui, os espectadores arremessam torradas ao vento.

Chapéu de festa: Após o brinde, Frank coloca um chapeuzinho de aniversário. Faça o mesmo.

Sino: Durante a música seguinte, Frank canta “Did you hear a bell ring?”. Nesse momento, chacoalhe o seu sininho. Um molho de chaves também serve.

Baralho: Em uma das canções finais, Frank canta “Cards for sorrow, cards for pain”. Hora de jogar cartas de baralho para cima. Nessa altura, a sala de cinema já está uma verdadeira IMUNDÍCIA.

Em São Paulo, o filme ja fora apresentado como sessão interativa no Vivo Open Air.

Músicas
Science Fiction/Double Feature
Esta é considerada por muitos a melhor música do filme, e para pessoas como Patricia Quinn "a música mais maravilhosa de todos os tempos".
Exageros a parte, esta de fato é uma música excelente. Cadenciada, com saxofones bem encorpados e uma bela linha melódica.


No filme, a música é cantada por uma "boca". Isso mesmo, só uma boca e nada mais.
Essa boca é de ninguem menos da maior fã dessa música, justamente Patricia Quinn, nossa eterna Magenta, porém, a voz que canta é de Richard O' Brien, nosso inigualável Riff Raff.
Particulamente achei a letra bem interessante, ela é engraçada, dá alguns Spoilers sobre o próprio filme, de certa forma apresenta alguns personagens, e faz referências a diversos filmes B antigos.
As referências seguem abaixo.

Michael Rennie was ill the day the earth stood still, but he told us where we stand

The Day the Earth Stood Still (O dia em que a terra parou) é um filme de ficção científica, lançado em 1951, que narra a visita de um ser alienígina na terra para trazer paz entre os povos do planeta, ganhando em 1952 o Globo de Ouro honorífico ao melhor filme a promover o entendimento internacional.
Michael Rennie é o ator principal deste filme.

And Flash Gordon was there in silver underwear
Flash Gordon é o super-heroi espacial criado em 1934 por Alex Raymond.
Suas historias se tornaram bem populares atingindo vários seguimentos como quadrinhos, séries de TV, e até mesmo filmes.

Claude Rains was the invisible man
Invisible Man é um filme de horror lançado em 1933.
Claude Rains é o ator que faz o papel de Griffin, o homem invisível do filme.

Then something went wrong for Fay Wray and King Kong, they got caught in a celluloid jam
King Kong um o popular filme de aventura lançado em 1933, considerado como um dos maiores clássicos do cinema, e selcionado para preservação nos Estados Unidos pela Biblioteca do Congresso, e comentado pela revista Empire como o "melhor filme de monstros de todos os tempos".
Fay Wray é a moça que faz o papel de Ann Darrow no filme original.

Then at a deadly pace it came from outer space
Conhecido aqui no Brasil como "Veio do espaço" este é um filme americano de ficção científica lançado em 1953, baseado numa historia de Ray Bradbury, com adaptação de Harry Essex.

Doctor X will build a creature
Dr.X é um filme de horror de 1932, conhecido por abordar temas como assassinato, estrupo, canibalismo e prostituição. Fay Wray participa desse filme.

Anne Francis stars in Forbidden Planet
Conhecido aqui no Brasil como "Planeta Proibido", este é um filme estadunidense de ficção científica lançado em 1956.
Ele serviu de inspiração para Star Trek, conforme contou Gene Roddenberry em sua autobiografia.

I knew Leo G. Carroll was over a barrel when Tarantula took to the hills
Tarantula é um filme de horror e ficção científica lançado em 1955, que conta sobre um acidente de uma experiência biológica que faz uma aranha ficar gigante.
Leo G. Carroll é um dos atores que participam do filme.

And I really got hot when I saw Janette Scott fight a Triffid that spits poison and kills
Essa parte faz referência a um filme de ficção científica sobre plantas carnívoras chamado The Day of the Triffid, de 1962.
Jannet Scott é uma das atrizes que participam do filme.

Dana Andrews said prunes gave him the runes, and passing them used lots of skills
Essa parte faz referência ao filme "Night of Demon", de 1957, um dos mais cultuados filmes de terror.

But when worlds collide, said George Pál to his bride, I'm gonna give you some terrible thrills
When Worlds Collide é um filme de ficção científica de 1951, baseado em um livro de ficção científica de Phillip Gordon Wyile e Edwin Balmer lançado em 1932.

Fuçando na internet, eu encontrei uma versão alternativa da abertura desse filme, a ideia abandonada dessa abertura, e queria compartilhar com vocês, achei muito interessante.



Ele mostra várias cenas de filmes antigos que inspiraram a letra dessa música, vale a pena conferir.

Dammit, Janet
A música que conduz Brad Majors a declarar seu amor por Jannet Weiss.
É uma das melhores canções do musical na minha opnião, possui um dueto e arranjos orquestrados lindos.

A música constroi na rima "Dammit, Janet" uma gag lexical, baseada na paronimia, o uso de palavras estrutura fonológica e grafia semelhantes, com significados distintos.

Over at the Frankenstein Place
Cantada por Brad, Janet e Riff Raff, esta é a música cantada no quintal do castelo de Dr. N. Furter, sob a chuva.
A voz aveludada de Susan Sarandon é o ponto forte da música.

The Time Warp
Não é possivel falar de Rocky Horror Picture Show sem falar de Time Warp. Essa talvez seja a principal musica do filme.
Trata-se de uma música dançante, com bases de pianos, guitarras, bateria, contra-baixos, e instrumentos de sopro. A letra da música ensina os passos da dança.


Em sessões interativas do filme, esta é a música de maior participação da plateia.
Ela simboliza uma espécie de ritual de confraternização entre os "transilvanos" que, no conceito do filme, são alieniginas de uma galáxia distante.

É também a cena do filme que a personagem Columbia é apresentada, com um figurino típico de musicais da Broadway, ela entra em cena cantando e sapateando.


Sweet Transvestite
Esta música marca a aparição do Dr. N. Furter, representado fantásticamente por Tim Curry.
Columbia, Magenta, e Riff Raff acompanham a música como backing vocals.
Ela é marcada por um uso marcante de Saxofone, lembrando bem um Soft Jazz ou algo parecido.
No meio da música, há interncalado uma fala de Brad Majors, que uma liga uma parte da musica a outra.


The Sword of Damocles
Damocles é uma figura participante de uma anedota (piada) moral da cultura grega classica, que figura na historia perdida de Sicilia de Timaeus de Tauromenium (historiador grego que nasceu por volta de 352 A.C.).
Damocles é um personagem, que dialogando com o Deus Dionísio (Deus das Festividades), disse este ser um verdadeiro afortunado.
Dionisimo então ofereceu-se para trocar de lugar com ele por um dia, para que ele, assim, também pudesse sentir o gosto de toda essa sorte.
A noite, um banquete foi realizado, e Damocles foi servido como um rei, mas ao final da refeição, olhou para cima e percebeu que havia uma espada afiada apontada diretamente para sua cabeça e suspensa por um único fio.
Ele foi então se levantando, pronto para sair correndo, mas temia ao mesmo tempo que um movimento brusco pudesse arrebentar aquele fio.
A espada de Democles é uma alusão frequentemente usada para remeter a este conto, representando a insegurança daqueles com grande poder, ou, mais genericamente, qualquer sentimento de danação eminente.


No filme, esta é a música que apresenta o Rocky, personagem que dá nome a peça toda.
A sua primeira aparição é marcada por um medo terrivel de perigo eminente, e por isso, ele é relacionado a Damocles.
Ele se torna afortunado por ter ganhado a vida, mas ao mesmo tempo, se sente ameaçado, como se a espada de Democles tivesse sido colocada suspensa sobre sua cabeça, e a qualquer momento alguem viria para "cortar o fio".

I Can Make You a Man (tambem conhecida como The Charles Atlas Song)
Canção mais homoerótica do musical.
A canção revela como Frank Furter planeja "aperfeiçoar" sua criatura.

Hot Patootie (tambem conhecida como Whatever Happened to Saturday Night ?)
É a música que apresenta o personagem Eddie (representado por Meatloaf).
Ele sai de uma câmara criogênica, derrubando uma parede, e entrando com tudo de moto, no meio da celebração de Frank.


Com postura rebelde, típica dos Rockers da decada de 50, ele apresenta uma das melhores musicas do musical, presente no disco Live Around the World do proprio Meatloaf, e também em uma excelente versão presente na versão japonesa do disco Another World da carreira solo do guitarrista do Queen, Brian May.
Musica essa que pode ser conferida abaixo.



Como podem ver, trata-se de uma música de versos rápidos, ritmo cadenciado.

Quando Richard O' Brien trouxe a música Hot Pattotie para Meatloaf cantar, ele imaginava que ele não iria conseguir encaixar todas as palavras na melodia, mas com sua surpreendente capacidade de dicção, viu que estava errado.
A música original na minha opnião é melhor, com excelente uso do Sax.

Touch-a, Touch-a, Touch Me
Musica com o maior teor explicito de sexualidade.
É a música que Janet se entrega ao prazer da carne, seduzindo criatura de Frank. Outra demonstração de que Susan leva jeito para música, voz belíssima.


Eddie
Depois de todos pegarem Jannet no flagra com Rocky, todos na casa, inclusive um novo visitante (Dr. Everett Scott) são convidados para um jantar, onde o clima de descontentamento paira sobre o silêncio na mesa.

Everett Scott teria vindo em busca de seu sobrinho, Eddie, e propõe o assunto. Mesmo contra a vontade de Dr. Furter, ele começa uma música dançante que conta sobre a controversa personalidade de Eddie, totalmente genial.

You Better Wise Up (ou Planet Schmanet Janet)
Depois de ter mostrado o corpo de Eddie por debaixo dos panos da mesa, assustando todos, Frank observa Jannet correndo assustada para os braços de Rocky, que a recebe com um sorriso aberto.
Nesse momento Frank explode de raiva e começa a demonstrar (musicalmente) todo seu desdem por Jannet Weiss, contando o quanto ele não a acha atraente e provocando.
No final todos são petrificados por uma estranha maquina chamada "Medusa".

Rose Tint My World
Essa é a música em que todos de fato soltam a franga, todos os 4 que foram petrificados são despedrificado (des-medusa) um por um.

A canção é cantada por Columbia, Rocky, Brad e Janet, onde cada um esta maquiado e transvestido com uma meia arrastão e sapatos de salto alto.

Rose Tint My World é um titulo baseado em uma expressão idiomática americana, Rose Colored Glasses, que tem seu significado proximo ao "seja otimista e não se preocupe com os problemas".

Columbia é a primeira a ser despetrificada, e logo de inicio, canta sua insatisfação em ver Frank criando uma criatura para satisfazer sua luxuria por completo.
Obs: Pouco antes dessa cena, ela revela sua historia no filme. Ela teria sido uma das amantes de Frank no passado, tal como Eddie.
Embora a insatisfação inicial é expressa, ela revela seu "amor por uma certa droga" que é suficientemente capaz de "pintar seu mundo de rosa, e livrá-la dos problemas e da dor".

Rocky, é despedrificado, ja contando que sua luxuria não pode ser controlada, e que toda esta energia sexual "pinta seu mundo de rosa, e livra-o de todos os males".

Uma das cenas mais engraçadas vem agora, a despetrificação de Brad Majors.
Da pra ver claramente o quanto ele era um "enrustido".
Seus desejos secretos são mais fortes que suas convicções morais. "Esta além de mim, me ajude mamãe, serei bom, você verá, afaste esse sonho de mim".
Obs: Tal como disse Richard O' Brian em uma entrevista, quanto mais reprimido é um desejo, mais ele se torna irresistivel, a ponto de explodir, e é exatamente isso que Brad faz na cena.

Em seguida vem Janet Weiss, contando sobre a perda da inocência. Ela já não era aquela figura patética e romântica do começo do filme, a sua máscara também caiu, e vemos ela como uma verdadeira ninfomaniaca, confiante e segura de si.

Don't Dream It, Be It
Essa é talvez a música chave para entender a temática do filme. "Não sonhe, Seja".
O filme o tempo todo joga essa ideia de liberação de desejos reprimidos, e aqui, essa ideia atinge seu explicito máximo, e é dona de uma das cenas que mais chocaram os conservadores.
A de todos mergulhando de meia-arrastão em uma pscina com o fundo de uma pintura sacara de Michelangelo (A criação de Adão), e todos começam a se acariciar e se beijar.


Nessa última música, é despetrificado o ultimo que faltava, Dr. Evertt Scott. E, seguindo uma linha de pensamento conservadora, ele critica toda aquela expressão de luxuria acontecendo na piscina, o qual ele se refere como "decadência". Mas no final das contas ele acaba se revelando quando se vê de meia arrastão por debaixo de seu cobertor.

Interessante é que no final da cena, Janet pronuncia a frase, "Deus abençoe Lili St. Cyr". Lili St. Cyr é uma modelo pin-up norte americana e stripper famosa na decada de 40 e 50.
Lili representa toda a afloração eminente da sexualidade de uma mulher, afloração essa que Janet acabou de experimentar.

Wild and Untamed Things
Essa música representa toda empolgação que envolveu a todos depois da liberação de seus desejos mais secretos.
Eles se tornaram "coisas selvagens e indomadas".

No final desta música, Riff Raff aparece armado junto com sua irmã, Magenta, anunciando uma rebelião e dizendo se preparar para voltar ao planeta de origem.

I'm Going Home
Sempre pressionado por Riff Raff e Magenta a voltar para o planeta de origem (o que motivou a rebelião), e pela demora disso acontecer, Frank resolve explicar que também sente saudades de "casa", e que está pronto para partir.
Em uma belíssima canção, Frank imagina uma plateia.
Porém Riff Raff revela que não era planejado que Frak voltara junto com eles, e Frank se da conta que a plateia esta vazia. Em seguida Riff Raff mata Columbia, Dr. Frank e por fim, Rocky e parte com a nave para o planeta de origem, sem antes deixar Brad, Janet e Dr. Everett Scott na terra.

Superheroes
Última música do musical interpretada por Brad, Janet e pelo criminologista, ela reflete um certo ar depressivo de despedida. Frank desceu a terra, revelou os desejos secretos de cada um, e depois, derrepente ele não existe mais.
Brad Majors revela esse vazio, se rastejando em meio a poeira, dizendo estar "sangrando" por dentro. Janet revela ter se transformado, "eu provei da carne e não pararei aqui". Enquanto o criminologista faz uma deprimente (porém verdadeira) análise do papel do ser humano no universo.
Esta música foi cortada em algumas versões norte-americanas do filme.
Após isso, há uma reprise da música Science Fiction/Double Feature e uma versão instrumental de Time Warp.