Algumas Considerações

domingo, 18 de maio de 2008

The Inner Circle

The Inner Circle

Músicas:

01.A Touch Of Blessing
02.Ambassador
03.In The Wake Of The Weary
04.Harmless Wishes
05.Waking Up Blind
06.More Than Ever
07.The Essence Of Conviction
08.Where All Good Sleep
09.Faith Restored
10.When The Walls Go Down

Resenha:
Esta resenha foi escrita por Eddie Rodriguez
Se você perguntar por aí que estilo toca a banda Evergrey, provavelmente vai ouvir as pessoas dizendo que se trata de metal progressivo. Será?
O próprio vocalista/guitarrista Tom S. Englund rejeita esse rótulo, e talvez ele não fosse o mais adequado. Afinal, todos na banda são extremamente técnicos, mas a banda não se perde em firulas intermináveis e mostra que o bom gosto está acima do exercício do ego.
Contando com Tom S. Englund nas vozes e guitarras (reconhecidamente por muitos um dos melhores vocalistas da cena metálica recente), Henrik Danhage nas guitarras, Michael Hakansson no baixo (ao vivo ele detona), Rikard Zander nos teclados e Jonas Ekdahl na bateria, a banda abordou neste álbum conceitual um assunto pouco original, porém vasto e sempre em pauta: religião. Mas um bom assunto não salvaria o álbum se as músicas não fossem boas.
O álbum se inicia com a marcante A Touch of Blessing. Começa tímida, mas explode, capturando a atenção do ouvinte, e conta com um refrão soberbo. Conta com backing vocais maciços (vendo o DVD dessa turnê você observa bem a participação do coral formado por duas mulheres e um homem, sendo uma delas Carina Englund, esposa do vocalista). Em seguida, a pesada Ambassador aparece. Chega á ser redundância ficar falando em peso sobre as músicas desse álbum, que aposta no peso sem perder a melodia e sem abusar da técnica. Riffs quebrados, corais, teclado bem presente... não deixa o nível do álbum cair, sem dúvidas. É uma das músicas onde o quarteto de cordas da Orquestra Sinfônica de Gothemburgo dá as caras (aguardem a When the Walls Go Down, fãs de quartetos de cordas).
Mantendo o peso, mas com o cuidado de sempre com as melodias, In the Wake of Weary conta com uma das melhores perfórmances de Tom em todo o álbum. Refrão? Outro de cantar junto, coisa que o Evergrey faz com maestria. Vale citar as paradinhas onde o piano dá as caras com força e as inserções de Carina cantando sozinha. O solo, diga-se de passagem, é excelente. Harmless Wishes acalma um pouco os ânimos, tendo uma levada mais suave. Mas não sei se poderia ser chamada de balada, porque também conta com bons riffs durante boa parte da música. O quarteto de cordas, pra variar, mandando muito bem. Uma paradinha pro piano dar as caras com mais força, Tom mandando ver e um solo inspirado... você vai ouvir muito isso no som dessa banda. Há quem compare a banda com o Savatage por isso e embora o vocalista diga não entender essa semelhança, eu como fanático por Savatage posso constatar alguma semelhança entre as bandas, mais precisamente no que diz respeito á piano.
Waking Up Blind, essa sim é uma balada. Diga-se de passagem, uma bela balada. Suave do começo ao fim, terminando em fade-out, essa não vai lhe surpreender com o peso característico aparecendo do nada. Acho que a banda preferiu guardar o peso pra próxima música, uma das melhores do disco, de longe: More Than Ever. Acho que o coral nunca foi tão bem usado pelo Evergrey como nessa música. Riffs quebrados, teclado muito bem posicionado e Tom soltando a voz. O refrão é um dos pontos mais altos do álbum inteiro. Guitarras gêmeas rolam soltas.
The Essence of Conviction mostra os riffs quebrados de sempre que a banda usa com precisão, o teclado imputa muita melodia e a bateria é precisa como sempre (Jonas Ekdahl detona). A linha vocal não chega ás er tão atrativa, mas o refrão vale á pena (e foi um dos destaques no álbum ao vivo que se seguiu, A Night to Remember). Where All Good Sleep é uma semi-balada, que não deixa as guitarras distorcidas de lado e aposta nas guitarras, além do vocal de Tom. Está longe de ser ruim, mas é uma das que menos se destaca, no meio de tantas coisas acima da média.
Faith Restored se inicia com um belo dedilhado, e Tom entra com sua perfórmance sentimental e quase sussurrada que lhe caracteriza em músicas mais emocionais. O dedilhado se mantém, e o quarteto de cordas complementa com bom gosto. Para encerrar o álbum, se segue um dos melhores instrumentais que este que vos fala já teve a oportunidade de ouvir: When the Walls Go Down (lembra que eu já havia citado essa música antes?). Ela começa e se mantem por um bom tempo com uma linha de piano marcante. De fundo, uma espécie de gravação, alguém sofrendo e falando diretamente com Deus. O quarteto de cordas nessa música é fundamental, a música não seria a mesma sem eles. Mais para frente, o peso entra com tudo e a música termina tão bem quanto começou. Um final emocionante e espetacular.
Alguns versões deste álbum contam com versões acústicas de I'm Sorry, Recreation Day e Madness Caught Another Victim, todas gravadas na frança. Bônus como esses são para poucos álbuns (isso me lembra uma das minhas bandas favoritas, Iron Maiden, que não cansou de enfiar sempre as mesmas músicas como bônus em trocentas mil versões diferentes, pra quem tem medo de escuro).

Saldo Final
Eu poderia falar muito mais, mas não preciso. O que está acima basta.

Nota: 9,5

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