Algumas Considerações

quinta-feira, 1 de maio de 2008

The Glorious Burden

The Glorious Burden

Músicas :
CD1
1.The Star-Spangled Banner – 1:14
2.Declaration Day – 4:59
3.When the Eagle Cries – 4:06
4.The Reckoning (Don't Tread on Me) – 4:57
5.Greenface – 3:03
6.Attila – 5:36
7.Red Baron/Blue Max – 4:05
8.Hollow Man – 4:25
9.Valley Forge – 4:46
10.Waterloo – 5:50
11. When the Eagle Cries (Unplugged) – 3:35

CD2
1.The Devil to Pay – 12:13
2.Hold at All Costs – 7:06
3.High Water Mark – 12:36


Resenha:
Esta resenha foi escrita por Eddie Rodrigues
Injustiçado? Rejeitado? Subestimado?
Não sei o que você, que lê esta resenha pensa deste álbum do Iced Earth, uma das bandas que mais se destaca no cenário americano, nao só pela qualidade, mas porque anos e anos se passaram e a banda nunca se rendeu ás modas que surgiram em seu país. Levando em conta a forma consumista com a qual a música pelas terras do Tio Sam é tratada, isso é um mérito.
Matt Barlow, o vocalista clássico da banda e pra muitos sua alma, havia saído da banda. Os fãs do Iced Earth estavam sentindo o que os fãs de Helloween sentiram quando Michael Kiske saiu, e sentindo o que futuramente os fãs de Nightwish sentiriam com a saída de Tarja Turunem. Mas quem poderia substituir Matt Barlow?
A resposta veio em pouco tempo: Tim "Ripper" Owens estava oficialmente integrado á banda, apesar de no início ter sido apenas chamado para gravar o álbum. Em apenas 5 dias Owens finalizou as suas gravações, deixando claro que não queria soar como uma cópia de Barlow (embora alguns o acusem de copiar Rob Halford, mas isso é outra história). The Glorious Burden então foi lançado. Polêmico por falar muito sobre a história americana (fazendo a banda receber críticas pesadas) e experimentando o formato de álbum duplo, pra muitos é uma obra sensacional dentro da carreira da banda.
Vamos às faixas:
Disco 1 The Star-Spangled Banner Nada mais que o hino norte americano adaptado. Muitos odiaram e odeiam até hoje essa introdução, mas este que vos escreve particularmente adora. E olha que eu acho o hino americano um belo chute nos testículos...
Declaration Day
Muitos me acusariam de herege por classificar esta como uma das melhores músicas do Iced Earth. Não, não é uma abertura tão sombria como Dark saga, nem tão furiosa como Wolf. Uma música cadenciada, sem soar arrastada e um refrão daqueles de cantar junto (diga-se de passagem, Jon Schaffer tem se tornado um perito em fazer isso já faz um bom tempo). Sua letra fala da assinatura da declaração de independência dos E.U.A. Nada mais patriótico do que o refrão desta música...
When the Eagle Cries Quem conhece o Iced Earth sabe que Jon não dispensa uma boa balada em seus álbuns. Poderíamos citar músicas como I Died For You, Melancholy (Holy Martir), Watching Over Me, Ghost Of Freedom... When the Eagle Cries entra na lista com méritos. Sua letra fala do sentimento pós 11 de Setembro, após os ataques ao World Trade Center. Entretanto, soa mais como uma volta por cima do que uma choradeira patriótica. Musicalmente a música tem um refrão bem pegajoso e sua base no violão é muito bem elaborada, de forma á soar bonita aos ouvidos. Na versão nacional do álbum, consta uma versão acústica dela como bônus, no fim do primeiro CD.
The Reckoning (Don't Tread On Me)
Um dos motivos pelo qual muita gente é fã do Iced Earth são os riffs cavalgados da banda, e essa música faz jus á essa fama. Uma das músicas mais porradas de sua carreira, conta com vocais impressionantes de Tim Owens (dá pra entender porque eles não a executavam ao vivo). Uma parte lenta no meio, como de praxe e volta o peso. Richard Christie na bateria então... sem comentários, ele sozinho faz um show.
Greenface
Uma música curta, e uma das mais cadenciadas do álbum, é uma homenagem aos marines americanos. Uma música relativamente simples, mas com uma boa perfórmance da banda toda. Meio que divide opinião, pois alguns a consideram muito genérica, outros consideram ela uma das melhores do álbum.
Attila
Olha os riffs cavalgados de novo aí, gente! Essa talvez seja a música do álbum que mais lembre o Iced Earth mais antigo. Com uma letra que fala do maior líder dos Hunos de todos os tempos, passando pela tentativa de invasão de Roma, a banda mostra velocidade, mas me pareceu um pouco contida com o peso nessa faixa específica.
Red Baron/Blue Max
A única co-escrita por Tim Owens. Rápida e pesada, mas bem intrincada, possui uma boa mostra do talento de Owens como vocalista. Richard Christie novamente se destaca. O solo da música é interessante, se levarmos em conta que solos nunca foram o forte da banda, exceto em algumas baladas. A letra fala do Barão Vermelho, aviador alemão que infernizou muita gente antes de ser derrubado.
Hollow Man
Essa é a única letra do álbum que não contém como tema algo referente á história, fala de tristeza interior. Originalmente entraria no Horror Show, mas Schaffer resolveu deixar de fora e não resistiu em usá-la dessa vez. Conta com uma perfórmance sentimental de Tim Owens, e conta com backing vocal de Matt, já que havia gravado algo para ela. Uma balada que chama a atenção e dá um refresco depois da porrada anterior.
Valley Forge
Um começo com violão, um tanto quanto estranho pros padrões do Iced Earth, mas que desemboca em um refrão majestoso. Muitos fãs rejeitam essa música, até este que aqui escreve demorou á assimilá-la. Fala de um soldado que reflete sobre seu sacrifício heróico.
Waterloo
Sem dúvida uma das melhores de toda a carreira da banda. Uma das melhores participações de Tim Owens em uma música, riffs cavalgados certeiros, refrão pegajoso, muita melodia e uma letra fantástica, retratando a batalha de Waterloo, onde Napoleão fora derrotado. Fecha de forma fenomenal o primeiro disco (precedendo a faixa-bõnus já citada).

Disco 2: Gettysburg (1863)
Gettysburg é o nome do local aonde ocorreu uma das batalhas mais sangrentas da guerra civil americana, e o confronto que durou três dias naquele local foi o maior em território americano. A batalha de Gettysburg mudou os padrões de guerra americano, pois nela foram usadas novas tecnologias até então pouco (ou nunca) usadas em batalhas. Cada um dos dias da batalha foi retratado em uma faixa separada, montando estra trilogia de aproximadamente 32 minutos de duração. Vamos á elas:
The Devil to Pay
Iniciada com o Hino americano misturado com outra música, representando o exército sulista, a música é simplesmente maravilhosa. Eu posso até concordar com o fato de Tim Owens ter deixado o som do Iced Earth um pouco descaracterizado, por seu vocal ser diferente do vocal de Barlow, mas dizer que ele fez um trabalho ruim seria ignorância. Intercalando partes rápidas, trechos mais emocionais, tiros de canhão e tudo o que uma música épica tem direito, a primeira parte abre a trilogia com estilo
Hold at All Cost
Um início emocional, onde um amigo pede á Deus que se ele tiver que matar seu amigo em combate, que o derrube morto, a música segue com um riff cavalgado e cadenciado que chega á um refrão apoteótico, daqueles de cantar junto. É a mais curta das 3 faixas. Descreve com detalhes os locais dos principais embates, algumas das estratégias usadas... as três músicas mostram nitidamente que Jon pesquisou muito antes de escrever as letras.
High Water Mark
A mais épica das três, onde a orquestra de Praga (que participa da triologia) mais aparece evidenciada (e Jon Schaffer faz uma palhinha como Loongstret, um dos oficiais do lado dos sulistas, num dueto com Tim, que encarna o general Lee). Mais tiros de canhão, mais orquestra, mais partes marcantes e emocionantes, um "pré-final" majestoso, com a simulação do embate dos dois exércitos no corpo á corpo, com os sons das baionetas e dos tiros, e o final com Tim Owens deixando a emoção fluir ao descrever os sentimentos do General Lee ao ver que seu plano falhou e a morte de todos aqueles homens era sua culpa. Um final sensacional.

Saldo final
Pode não ser o melhor álbum da banda (meu favorito é o Horror Show), pode ser polêmico, pode não ter Matt Barlow nos vocais... mas se você não é um dos caras que odeia Tim Owens e gosta de Iced Earth o suficiente para desembolsar seu suado dinheirinho em um álbum, COMPRE. Não é só um álbum de metal com boas músicas, é uma obra de arte completa. Além das músicas de alto nível, possui talvez a melhor capa da banda e um encarte de cair o queixo, fora a parte do encarte exclusiva só para a trilogia Gettysburg, onde Schaffer relata a idéia de escrever o álbum, sua paixão por história e a letra das três faixas, com trechos escritos por Schaffer no meio das letras em itálico contando os detalhes da história. Imperdível.

Nota: 9,0

2 comentários:

Gibran Lahud disse...

ÃO ÃO ÃO, SOMOS FÃS DO DAMIÃO

XIITA DO AICED ERF

­Luiz Fernando disse...

MELHOR BANDA DO MUNDO, FATO.