Algumas Considerações

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O Labirinto de Fauno


O Labirinto de Fauno

Resenha:
Rodado em 2006, escrito por Guillermo del Toro, o Labirinto de Fauno é uma magnifica fábula sombria, cheia de referências a Alice no Pais das Maravilhas, porem dando um toque totalmente realista.
A historia do filme se passa na Espanha, em 1944, logo após uma Guerra Civil, onde as forças oficiais conseguem uma boa vantagem eliminando quase qualquer foco de insurreição que venha surgir. Neste meio, conhecemos uma meiga garotinha chamada Ofelia (Ivana Baquero), fascinada por livros de fábulas.
O filme começa citando uma fábula de uma princesa que escapa de um reino subterrâneo, para conhecer a realidade humana, e nunca mais consegue voltar, seu pai, desperado, manda um Fauno (criatura meio homem, meio bode) para indicar-lhe o caminho de volta ao seu reino encantado, e para isso ela teria que passar por algumas provações.
Na mitologia do filme, Ofélia é esta princesa, mas vendo o filme não posso dizer que tudo acontece é realmente factual ou apenas Ofelia que usa sua imaginação como uma forma de escapismo da dura e cruel realidade. Algumas cenas do filme apontam que todo o ocorrido é apenas fruto da fértil imaginação de Ofélia, como por exemplo ela estar conversando com o Fauno, enquanto uma pessoa observa ela falando sozinha.
Isso põe o filme na perspectiva da garota e mostra que esse mundo mítico de Ofélia, é uma especie de escapismo ao sujo e cruel mundo dos homens
A trama começa se desenrolar quando Ofélia é obrigada a viajar com sua mãe Carmen (Ariadne Gil), a uma espécie de quartel-general, encontrar seu padastro, Vidal (Sergi Lopez), um sádico homem, capitão das forças armadas fascistas do general Franco, que governou a Espanha em favor dos ricos e poderosos com o apoio da Igreja Católica; sua função é caçar alguns últimos rebeldes que possam ser considerados ameaça política.
Carmen está em gravidez de risco e mesmo assim deve viajar para atender aos caprichos de Vidal, que deseja que seu filho venha a nascer em sua presença, simplismente ignorando o caso, e focado em seus objetivos, Carmen piora e ao chegar na brigada, deve repousar boa parte do tempo, isso deixa a menina mais aos cuidados de Mercedez (Maribel Verdú), uma cozinheira que também é informante de um grupo secreto de rebeldes esquerdistas insurgentes, proximos ao quartel-general de Vidal. Entre ela e Ofélia brota uma intensa amizade, que será crucial no destino de ambas e no desenvolvimento de toda a trama.
OFelia aos redores do local, acha uma espécie de Labirinto, onde ela encontra o Fauno que revela a ela toda a mitologia de sua origem, contada logo no começo desta resenha e propõe a ela alguns desafios a ser superados.
Totalmente disposta a retomar suas origens, e se ver livre do cruel mundo dos homens, Ofélia os aceita, recebendo assim um livro de páginas em branco, que irá orientar sobre o que ela deve fazer e o que não deve.
O filme ganha com uma galeria de personagens interessantes e bem construídos, e não apenas as criaturas fantásticas do filme são interessantes, a construção do capitão é surpreendentemente fixadora isso faz com que O Labirinto de Fauno seja uma obra de fortíssima imaginação e bom gosto, um filme quase totalmente impecavel, tanto em termos estílisticos quanto de ideias.
Geralmente os que criticaram o filme, reclamam muito que a violência foi banalizada.
Sinto informar que eles não conseguiram entender o sentido artistico e a proposta dela no filme.
Há violência sim, muita violência, mas não é banal, a violência no filme dá um brutal destaque ao cruel mundo dos humanos encarnado na figura de Vidal, e mostra como há uma grande ambiguidade entre este mundo e o mundo de fantasias de Ofelia, que apesar de ter criaturas aterradoras, soa muito mais acolhedor, e isso se mostra bem evidente na forma como ela encara as duas realidades, o medo e o pavor é visivelmente mais intenso quando ela esta perto de Vidal do que com qualquer criatura de aparência diabólica mostrada no filme.
E bem, cai entre nós, deve ser muito chato assistir um filme desses ao lado de uma pessoa que critica um filme apenas por mostrar violência.
Classificar um filme como ruim apenas violência, sem analizar conteúdo, proposta, e nem refletir se a violência foi ou não foi realmente banal, é coisa de pseudo-critico-moralista como Arnaldo Jabor.

Minha nota pare esse filme é 9.

Veja o Trailer derste filme:



Outros cartazes do filme:




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